Brasil enfrenta desafio de confiança no comércio com avanço da IA global, revela relatório

Documento destaca a necessidade urgente de recuperar, proteger e cultivar a confiança em um ambiente hiperconectado.

Visa_Romina-Seltzer-683x1024.jpg (2)Romina Seltzer, Diretora de Produtos e Inovação da Visa América Latina e Caribe. (Foto: Divulgação)

Os primeiros capítulos do relatório global — "O Princípio da Confiança" e "IA do Agente: Pronto para o Trabalho" — já estão disponíveis e traçam um panorama de como a inteligência artificial e as plataformas digitais confiáveis devem transformar profundamente o comportamento de consumidores e empresas no Brasil e no mundo.

O documento detalha os desafios e oportunidades em um cenário cada vez mais digital e automatizado, destacando a necessidade urgente de recuperar, proteger e cultivar a confiança em um ambiente hiperconectado e impulsionado por IA avançada. Proteção da identidade, segurança e privacidade de bilhões de usuários serão temas centrais nessa nova era.

“Com o cenário do comércio e da IA evoluindo em velocidade sem precedentes em nossa região, agora mais do que nunca, a confiança e a transparência serão cruciais”, afirma Romina Seltzer, Diretora de Produtos e Inovação da Visa América Latina e Caribe. “Aproveitando nosso conhecimento de longa data sobre IA, temos o compromisso de moldar o comércio do futuro no Brasil e além – o futuro está aqui”.

“Mesmo que o futuro seja muito complexo para prever com precisão, examinamos tendências de longo prazo, indícios iniciais de mudança e cenários futuros projetados para desafiar as premissas atuais e ajudar a pensar de forma diferente sobre o que está por vir”, completa Dylan Hendricks, Diretor do Institute for the Future. “Com a prevalência da IA, o futuro está aqui. Essas mudanças não só transformarão a forma como os consumidores compram, mas mudarão toda a estrutura dos negócios e do comportamento do consumidor”.

Confiança em xeque: consumidores exigem mais transparência

O Princípio da Confiança, segundo o relatório, reconhece a atual transformação tecnológica como um divisor de águas para a relação de confiança entre consumidores e instituições. À medida que a identidade pessoal se projeta em dispositivos inteligentes e redes digitais, surgem novas exigências por redes avançadas de confiança, capazes de garantir privacidade e segurança nas interações com agentes de IA.

O estudo alerta que o uso cuidadoso e transparente da IA pode fortalecer a relação com os consumidores. Em contrapartida, abordagens negligentes podem acentuar a desconfiança, especialmente em um momento de ambiente ruidoso e incerteza.

No Brasil, esse desafio é ainda mais evidente. Apenas 37% dos consumidores brasileiros confiam nas instituições de comércio, índice inferior à média global de 44%. Ainda assim, os brasileiros se mostram atentos: marketplaces online gozam de maior confiança (56%), enquanto redes sociais (26%) e influenciadores (13%) ocupam as últimas posições nesse quesito.

Agentes de IA: a próxima fronteira do comércio digital

O relatório também destaca o avanço dos agentes de IA como elementos transformadores da experiência de consumo. No Brasil, o interesse é expressivo: 82% dos entrevistados manifestam entusiasmo com assistentes pessoais baseados em IA, superando a média global de 76%.

Esses agentes atuarão como extensões digitais dos indivíduos, responsáveis por tarefas como compras, negociações e gestão de pagamentos — surgindo como verdadeiros personal shoppers autônomos. A tendência aponta para o crescimento do chamado comércio agêntico, no qual transações se tornam fluidas e escaláveis por meio de agentes autônomos, redefinindo também a forma de verificar identidades com tecnologias biométricas avançadas.

Nos próximos capítulos, o relatório explorará o comportamento financeiro da Geração Alfa e a ascensão de novos mercados voltados para a sustentabilidade e a redução de impactos ambientais.