Sucessão empresarial familiar: o que você precisa fazer hoje para não perder tudo amanhã

Planejamento antecipado evita conflitos, protege o patrimônio e fortalece a empresa. Programa do IEL orienta empresários a estruturar uma transição segura e eficiente.

people-using-digital-device-while-meetingO planejamento sucessório mantém a cultura organizacional e a estabilidade do negócio. (Foto: Freepik)

Já pensou no que aconteceria com a sua empresa se você precisasse se afastar da liderança repentinamente? Embora seja um tema sensível, planejar a sucessão é uma necessidade estratégica para garantir a continuidade do negócio.

A coordenadora de Carreiras e Educação Executiva do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) Nacional, Carolina Faust, aponta que o tema sucessão empresarial é mais que uma escolha, é uma decisão estratégica. “É essencial para garantir a continuidade das organizações e, por consequência, o fortalecimento da indústria no Brasil”, afirma. Empresas familiares desenvolvem papel fundamental na economia brasileira, segundo a pesquisa Global NextGen 2024 da PwC, representam 65% do PIB e respondem por 75% dos empregos do país.

A sucessão empresarial consiste no processo de transferência da liderança ou da gestão para outra pessoa ou grupo. A transição pode envolver um herdeiro, sócio, colaborador ou um investidor externo. O tema é um dos debatidos pelo Movimento Novos Líderes Industriais, iniciativa que nasceu de forma espontânea há quase 6 anos e que ganhou o apoio do IEL em 2024.

A coordenadora nacional do movimento, Diana Castro, é sócia da Hebert Uniformes, indústria de confecções de uniformes profissionais com 63 anos de história. A empresa sempre foi gerida pela família. Tendo vivido a sucessão na pele, Diana sabe bem a importância de preparar a passagem de bastão com antecedência.

“A criação de um conselho familiar e consultivo é de suma importância, pois ajuda a estruturar o diálogo, estabelecer regras claras e fortalecer a governança, para promover uma transição mais segura e saudável para todos os envolvidos”, explica.

Para que planejar?

O planejamento é especialmente importante em empresas familiares, mas também se aplica a empresas de médio e grande portes, formadas por grupos distintos e que buscam uma transição estruturada e segura. Diana conta que a empresa da qual é sócia foi fundada pela avó paterna e já passou por três processos sucessórios. Ela e o irmão, Danilo Castro, fazem parte da terceira geração.

“Temos perfis complementares, o que considero um grande privilégio: ele é mais analítico, focado na parte administrativa e na operação da fábrica, enquanto eu sou mais expansiva e comunicativa, dedicada às áreas comercial e de marketing. Ao longo da trajetória da nossa empresa, vivemos muitos momentos marcantes e percebo que, em todos eles, saímos fortalecidos pela nossa flexibilidade e disposição para nos reinventarmos conforme as necessidades do mercado”, disse Diana.

A hora de planejar a sucessão é agora!

O planejamento sucessório bem executado traz vantagens como evitar disputas familiares ou societárias, manter a cultura organizacional e a estabilidade do negócio. Dados da PwC também mostram como isso pode representar vida ou morte para as empresas: 75% das empresas familiares no Brasil fecham após serem sucedidas pelos herdeiros.

"Infelizmente, muitas não sobrevivem além da terceira geração, o que tem um impacto direto na sustentabilidade da nossa indústria”, diz Carolina Faust, do IEL.

Outros benefícios em planejar a sucessão impactam diretamente na questão de proteção de patrimônio, com medidas jurídicas e fiscais assertivas que podem evitar perdas em conflitos legais; além do aumento da confiança de investidores e parceiros que verão uma gestão empresarial preparada e profissional.

Segundo Diana evitar o tema sucessão é um erro, principalmente quando se deseja uma empresa sólida. Postergar decisões e deixar de planejar adequadamente coloca em risco a continuidade do negócio e as relações familiares. “Sempre digo que sucessão não é apenas sobre quem vai assumir, mas, sobretudo, sobre como vai assumir”, avalia.

E os conflitos, qual a melhor forma de lidar com essas questões?

Entender o papel de todos os envolvidos na operação é uma questão de responsabilidade empresarial. É essencial que a geração anterior estabeleça regras claras de governança. Assim, quem assume a gestão compreende plenamente seu papel.

“Muitos conflitos surgem também quando sucessores são escolhidos sem que se priorize a profissionalização de todos os membros da família. Isso causa ressentimentos e a sensação de desvalorização, especialmente entre aqueles que se sentem hierarquicamente diminuídos ou sobrecarregados em relação aos demais da mesma geração. Esse cenário é ainda mais desafiador para as mulheres sucessoras, que frequentemente enfrentam barreiras adicionais”, explicou Diana.

Para ela o que diferencia o sucesso do fracasso em uma sucessão é justamente o cuidado no processo, envolvendo cada um dos pilares de um negócio familiar: a família, o negócio e o patrimônio. Por isso, ela destaca a importância da busca contínua por profissionalização e autoconhecimento, com o apoio de profissionais especializados para conduzir o processo transitório de forma saudável e sustentável.

“Me dedicar à gestão da empresa da minha família foi uma escolha consciente, mas também emocional, por todo o legado construído pela minha avó e, posteriormente, pelo meu pai. O processo de transição da segunda para a terceira geração começou há 15 anos, quando passei a participar ativamente da rotina da empresa. Aprendi a valorizar o que há de melhor em cada geração, transformando essa diversidade em um diferencial para o fortalecimento e continuidade do nosso negócio”, conta Diana.

A Jornada de Sucessão Empresarial é uma boa para a sucessão dos seus negócios

Apoiar a condução desse processo é justamente o objetivo do programa Jornada de Sucessão Empresarial do IEL. A iniciativa combina workshops, mentorias, diagnósticos organizacionais e acompanhamento individualizado para empresários e herdeiros.

A proposta é sensibilizar e preparar os participantes para garantir a continuidade dos negócios em um cenário cada vez mais desafiador. “O objetivo é apoiá-los ativamente no processo de transição de gestão e governança, algo essencial em um cenário cada vez mais dinâmico e competitivo”, explica Carolina Faust.

Diana acompanha o programa de perto e acredita que a Jornada “ajuda a quebrar tabus sobre sucessão e oferece uma oportunidade real de planejar, com estratégia, a continuidade do legado familiar”.

Se você ainda não pensou em quem vai continuar a sua história à frente dos negócios, talvez este seja o momento de começar.

Acesse o site do Instituto Euvaldo Lodi e conheça o programa Jornada de Sucessão Empresarial. O futuro da sua empresa pode, e deve, ser planejado hoje.