Monitoramento das atualizações regulatórias é maior desafio dos departamentos jurídicos das empresas
Seis em cada dez entrevistados em estudo da EY consideram esse acompanhamento a maior dificuldade em termos de compliance, mas apostam na tecnologia para facilitar esse trabalho.
Entrevistados consideram esse acompanhamento a maior dificuldade em termos de compliance, mas apostam na tecnologia para facilitar esse trabalho. (Foto: Freepik)
A conformidade com as regras, também chamada de compliance, é a maior prioridade para 75% dos departamentos jurídicos das empresas, de acordo com o estudo “2025 Law General Counsel”, produzido pela EY em parceria com a Oxford Economics. Para que esse trabalho seja bem-sucedido, ainda segundo a pesquisa, é preciso que haja interação com as outras áreas da empresa a fim de que sejam cocriadas soluções que atendam plenamente às exigências legais. O principal desafio, no entanto, desse trabalho está, para 60% dos entrevistados, no monitoramento das atualizações regulatórias de todas as jurisdições relevantes para o negócio.
Na sequência, com 50% das respostas, o maior desafio é o fornecimento de orientação jurídica para as empresas nos locais onde a regulação não está clara. Na terceira posição, com 48% da preferência, o acesso aos dados necessários para gestão de risco e reporte. Em quarto lugar, com 44%, a antecipação e o planejamento em relação a mudanças regulatórias futuras. A conciliação das diferenças de regulação entre as jurisdições, o que se aplica principalmente às empresas com presença global, ficou com a quinta posição, com 40%. Por fim, com 37% da preferência, os respondentes apontam a conformidade com a cadeia de suprimentos.
No total, foram entrevistados mil líderes de departamentos jurídicos e CLOs (Chief Legal Officers) de organizações provenientes de sete indústrias, 21 setores e 21 países, incluindo o Brasil, com US$ 1 bilhão ou mais em faturamento anual. Mais de 60 perguntas foram feitas aos entrevistados sobre desafios, prioridades e perspectivas dos departamentos jurídicos em um cenário de necessidade de inovação em meio à disrupção e incerteza próprias dos dias de hoje. As entrevistas foram realizadas entre novembro do ano passado e março deste ano.
Investimento em tecnologia
Para melhorar os esforços de conformidade regulatória, especialmente em relação à sua assertividade, metade dos entrevistados apontaram a necessidade de recursos tecnológicos melhores. O investimento em tecnologia tem como objetivo elevar a produtividade dos advogados, possibilitando que esses profissionais deixem de fazer as inúmeras atividades repetitivas observadas no dia a dia jurídico.
Na sequência, com 48% das respostas, os entrevistados escolheram a simplificação do fluxo de trabalho e dos processos como forma de avançar no trabalho de conformidade. Na terceira posição, com 34%, o acesso a dados precisos por meio da integração dos sistemas e da coleta e migração dos dados, seguido de engajamento com um provedor que suporte as necessidades entre jurisdições. A quinta posição, com 28% das respostas, ficou com o uso da IA generativa.
Na avaliação do estudo, somente por meio da adoção de todas essas ações, é possível que os departamentos jurídicos melhorem o compliance, incluindo a gestão regulatória. Ainda segundo a pesquisa, os departamentos jurídicos precisam de dados e tecnologia para que possam tomar decisões assertivas, aumentar a eficiência e a percepção de valor em relação aos serviços oferecidos. Só que a adoção da tecnologia por si só não é suficiente, havendo necessidade de os advogados compreenderem as demandas do negócio, assim como seus desafios e oportunidades.