Leila chama Dudu de covarde e desafia jogador no STJD: Vem aqui, vem encarar uma mulher
Em depoimento à quinta Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na manhã desta sexta-feira, 18, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, fez novas e duras críticas a Dudu, a quem chamou de covarde. A dirigente questionou a ausência do jogador na sessão. Ele enviou um vídeo gravado com pedido de desculpas em vez de ir ao julgamento no Rio.
Hoje no Atlético Mineiro, o ex-atacante do Palmeiras foi julgado por ofensas misóginas contra a empresária, que desafiou o atleta. Ele foi punido pelo STJD e pegou seis jogos de suspensão, além de ter sido multado em R$ 90 mil por infração ao artigo 243-G. Com isso, não vai enfrentar o ex-clube em duelo da 15ª rodada do Brasileirão marcado para domingo, no Allianz Parque. Cabe recurso à decisão, tomada de forma unânime.
"A punição aplicada hoje pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva é histórica e representa uma vitória para todas nós, mulheres, que somos covardemente agredidas e desqualificadas todos os dias. Esta pena tem caráter pedagógico, pois passa um recado claro para o mundo do futebol e toda a sociedade: a violência contra a mulher é inaceitável e tem de ser coibida com punições rigorosas. Nós não vamos nos calar!", disse Leila após saber da punição.
Antes, ainda no depoimento, cobrou a presença do jogador no Tribunal. "Devia estar aqui. Vem aqui, vem encarar uma mulher. Mas não. É muito mais confortável estar sentado lendo lá no TP o que ele tem de dizer, porque eles são covardes", afirmou Leila. "Eles gostam de agredir no privado, no máximo em rede social, mas que ele está protegido ali pela distância. Mas na hora de olhar no olho, eles não aparecem: então a gente tem de denunciar e expor esses agressores", acrescentou.
Dudu foi denunciado pela procuradoria do STJD por misoginia contra a dirigente. Em janeiro deste ano, já depois de deixar o Palmeiras, ele fez um publicação com ofensas à presidente palmeirense. "O caminhão estava pesado e mandaram eu sair pela porta dos fundos. Minha história foi gigante e sincera, diferente da sua, senhora Leila Pereira. Me esquece, VTNC", escreveu o jogador.
"Sofreu violência, tem de denunciar: porque esses agressores são covardes", rebateu Leila. "A maior prova eu estou vivendo aqui. Que esse atleta me agrediu, me ofendeu, e cadê ele? Gravou um videozinho que deve ter lido no TP (teleprompter). Deve ter repetido 500 vezes pra ver se estava mais bonitinho. Não é?", questionou a executiva.
Ela também move uma ação contra Dudu nas esferas cível e criminal. Para a presidente, o atleta não a tratou como tratou um dirigente homem, citando a briga do jogador com Pedro Lourenço, presidente do Cruzeiro, clube do qual o atacante saiu brigado antes de acertar com o arquirrival Atlético-MG.
"Quando o presidente do Cruzeiro, Pedro Lourenço, foi questionado sobre o Dudu, respondeu com um gesto de quem indicava a saída. E o Dudu respondeu: Ele é o dono, pode falar o que quiser. Por que ele não foi firme e grosseiro com o presidente do Cruzeiro como foi comigo? Porque eu sou mulher, e o Pedrinho é homem", refletiu ela.
Leila entende que só foi atacada pelo jogador por ser mulher. Ele não faria o mesmo, na sua avaliação, com um homem. "É clara a diferença de tratamento quando uma mulher critica e quando é um homem. Quando relatei o que aconteceu, me acusaram de mimimi".
Leila se incomodou com o "prejuízo de milhões" que Dudu deu ao clube ao sair de graça em dezembro e não em junho, quando o Palmeiras receberia R$ 20 milhões por sua venda. Os dois desentenderam no fim do ano passado e passaram a trocar acusações publicamente.