Não é só o salário: o novo contrato invisível entre empresas e talentos no Brasil

Pesquisa Randstad revela que propósito, reconhecimento e requalificação pesam mais do que salários altos na hora de atrair e reter talentos no Brasil.

photo-female-entrepreneur-speaks-via-cell-phone-looks-thoughtfully-into-window-analyzes-paperwork-from-accounting-departmentPesquisa revela que profissionais buscam um equilíbrio entre recompensas financeiras, oportunidades reais de desenvolvimento e um ambiente de trabalho humano e justo. (Foto: Freepik)

Crescimento profissional, salário competitivo e um ambiente de trabalho agradável continuam sendo os principais fatores que definem as empresas mais atrativas para se trabalhar no Brasil, segundo a nova edição do estudo Randstad Employer Brand. Conduzida com mais de 4.200 pessoas no país, a pesquisa de 2025 revela que os profissionais buscam um equilíbrio entre recompensas financeiras, oportunidades reais de desenvolvimento e um ambiente de trabalho humano e justo.

Na sequência, aparecem equidade e gestão eficiente, reforçando que os talentos brasileiros valorizam mais do que boa remuneração: esperam reconhecimento, propósito e inclusão.

“Mais do que apenas benefícios ou salários altos, os profissionais hoje buscam propósito, oportunidades reais de desenvolvimento e um ambiente onde se sintam reconhecidos. O estudo mostra que atrair talentos exige compreender essas prioridades — e retê-los depende de um compromisso genuíno com escuta, valorização e evolução contínua”, afirma Diogo Forghieri, Diretor de Negócios da Randstad Professional e Randstad Enterprise.

A pesquisa também mostra que 69% dos profissionais brasileiros se sentem motivados atualmente e 63% afirmam estar mais engajados do que há um ano. A falta de reconhecimento é apontada como a segunda principal causa de desengajamento — e, quando presente, se torna um dos maiores fatores de motivação.

“Os profissionais esperam uma experiência de trabalho completa, que una segurança, perspectiva de crescimento e respeito à individualidade. Esses pilares são inegociáveis para quem deseja atrair e manter os melhores talentos hoje”, complementa Diogo.

Menos intenção de mudar, mas a requalificação segue essencial para 90% dos entrevistados

A intenção de mudar de emprego caiu 3% em relação a 2024. No entanto, o número de pessoas que de fato mudaram de emprego permaneceu estável, mostrando que mesmo com menor intenção, as movimentações continuam acontecendo, especialmente entre os jovens.

A geração Z, por exemplo, foi a que mais mudou de emprego no último ano (19%), enquanto os baby boomers apareceram com apenas 6%. O principal motivo é a falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal, diferente das outras gerações que apontam a baixa remuneração como fator mais crítico para uma mudança.

Esse comportamento reforça a necessidade dos empregadores desenvolverem estratégias de retenção conectadas às demandas dos talentos, que buscam propósito, autonomia e bem-estar no ambiente de trabalho.

Ao mesmo tempo, a requalificação profissional segue sendo um dos pilares mais valorizados por 90% dos entrevistados. O desejo de desenvolvimento contínuo está fortemente presente, independentemente da idade.

Talentos estão motivados, mas ainda falta reconhecimento

A falta de reconhecimento e valorização é a segunda principal causa de desengajamento e, quando presente, se torna um dos maiores impulsionadores da motivação para escolher outro empregador. Ou seja, ouvir, reconhecer e valorizar continuam sendo estratégias essenciais de retenção.

“As movimentações no mercado seguem firmes, especialmente entre os mais jovens, que buscam equilíbrio, propósito e desenvolvimento. O dado mais claro é que a retenção hoje passa por ouvir, reconhecer e oferecer caminhos reais de crescimento. Requalificação e valorização não são extras, são expectativas básicas dos talentos”, afirma Diogo.