Futuro da tributação do consumo está em IA e ESG, afirma KPMG

Pesquisa mostra que avanços criam desafios, preocupações éticas e de privacidade, exigindo estruturas e salvaguardas robustas.

Maria Isabel Ferreira, sócia-líder de Tributos Indiretos da KPMG no Brasil.Maria Isabel Ferreira, sócia-líder de Tributos Indiretos da KPMG no Brasil. (Foto: Divulgação)

Em uma era em que os avanços tecnológicos estão transformando todo o mercado, a tributação do consumo (tributos indiretos) também passa por mudanças significativas em todo o mundo. Inovações como inteligência artificial e notas fiscais eletrônicas (e-invoicing) revolucionam operações comerciais e remodelam a forma como os governos coletam e gerenciam os tributos. Além disso, considerando perspectivas para 2030, empresas, governo e líderes tributários devem se adaptar e navegar efetivamente nesse cenário regulatório/tributário cada vez mais digital. Essas são algumas das conclusões da pesquisa “O futuro dos tributos sobre o consumo até 2030”, conduzida pela KPMG.

”O papel dos profissionais de tributos será crucial nesse processo de inovação e transformação, em especal na utilização estratégica de plataformas orientadas por dados, deixando o modelo de conclusões baseadas em conhecimento para o modelo de decisões com base em experiência e dados analiticos. Essa jornada incentiva governo e líderes tributários viabilizarem um futuro em que a tributação do consumo será mais eficiente, equitativa e conectada com a era digital”, afirma Maria Isabel Ferreira, sócia-líder de Tributos Indiretos da KPMG no Brasil.

O conteúdo da pesquisa também destacou que os avanços tecnológicos na área tributária contribuem com a redução de fraudes e melhora no compliance. Ao mesmo tempo, esses avanços criam desafios, preocupações éticas e de privacidade, exigindo estruturas e salvaguardas robustas. “A mudança para sistemas tributários orientados por tecnologia exigirá o redesenho das leis tributárias para priorizar dados e necessidades de sistemas, mas mantendo princípios fundamentais. Novos tributos sobre serviços digitais e de precificação de carbono também devem surgir, impactando a economia global”, complementa Maria Isabel Ferreira.

A publicação da KPMG projeta líderes tributários com o conhecimento necessário para antecipar desafios, aproveitar oportunidades e manter vantagem competitiva. Sobre o futuro, a publicação apresenta dez previsões para a tributação do consumo: 1) a base tributária para o IVA não precisa mudar; 2) não há ainda um modo certo de precificar o carbono; 3) o cenário global está mudando para impostos sobre serviços digitais; 4) tarifas vão proliferar impulsionadas por estratégias geopolíticas; 5) impostos se beneficiarão do modelo eletrônico e-invoicing, mas ele é transitório; 6) tributos indiretos serão governados por sistemas; 7) IA proporciona poder, mas cautela é essencial; 8) sistema sobre vendas no varejo mais tecnológico; 9) a forma ideal de tributos indiretos é um IVA mais progressivo; 10) a profissão tributária será dominada por dados e plataformas.