É preciso cuidado com a visão de que a Bolsa está barata, diz André Lion, da Ibiuna
É preciso tomar cuidado com a visão de que a Bolsa brasileira continua barata, mesmo depois da alta acumulada de mais de 10% do Ibovespa em 2025. A recomendação é de André Lion, sócio da Ibiuna Investimentos e entrevistado do programa Cabeça de Gestor do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). "Os múltiplos das ações brasileiras, que são uma maneira simplificada de ver o valuation das empresas, estão mais baixos. Mas é importante lembrar que a taxa básica de juros no Brasil está mais alta", afirmou.
Lion, que é diretor de investimentos da área de renda variável da Ibiuna, afirmou que é difícil dizer se a valorização do Ibovespa, observada até agora, continuará. Até o momento, o exterior favoreceu muito o mercado de ações brasileiro. "Houve uma rotação de carteiras globalmente depois do tarifaço comercial dos Estados Unidos, e o Brasil foi um dos mercados beneficiados", disse o diretor da área de renda variável que tem R$ 2 bilhões do total de R$ 14 bilhões que a Ibiuna tem sob gestão (AuM, na sigla em inglês).
"Se isso [a valorização do Ibovespa] vai continuar, não há como responder agora, porque isso depende de como vai caminhar a negociação dos Estados Unidos com todos os parceiros comerciais", afirmou Lion. "Existe a possibilidade de a Bolsa subir mais por conta do cenário externo mas não podemos nos esquecer que os preços já andaram um pouco", disse.
O fundo long only da gestora, com retornos acima do Ibovespa no acumulado do ano, está atualmente com caixa perto do limite (10%) do mandato. O motivo, segundo Lion, é o misto da atual conjuntura de preços e volatilidade na B3 somado ao estilo de gestão mais rápido, tático, tendo como principal vetor o valuation das empresas na Bolsa. Segundo o relatório mais recente, o Ibiuna Equities estava com, aproximadamente, 8% de caixa.
Assim como o long only, o fundo long biased tem apostas compradas em vários setores. Entre eles, está o varejo, uma das atividades que, geralmente, mais sofrem em momentos de política monetária contracionista.