'Construir com energia limpa é viável, lucrativo e necessário', apontam lideranças do setor imobiliário
Autoridades e empresários defendem planejamento urbano, crédito acessível e transição energética como pilares para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Edison Garcia, CEO da CEBPar. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Lideranças do setor público e da iniciativa privada se reuniram para discutir os caminhos do desenvolvimento nacional com foco em energia limpa, construção civil e sustentabilidade na segunda edição do Brasília Summit, promovido pelo LIDE. O painel evidenciou a urgência de soluções integradas que unam viabilidade econômica, planejamento urbano e responsabilidade ambiental.
Edison Garcia, CEO da CEBPar, foi direto ao apontar que investir em energia limpa é mais que compromisso ambiental: é estratégia financeira.
“Para os pragmáticos que não têm muito compromisso com sustentabilidade e transição energética, acreditem: é um bom negócio. Uma geração distribuída hoje está dando 25% de TIR real”, afirmou. Ele revelou investimentos robustos da CEB em usinas solares para prédios públicos, incluindo o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto. “Brasília tem capacidade solar maior do que Alemanha e Japão. Estamos aproveitando isso com projetos que reduzem contas em até 90%”.
Paulo Octávio, empresário e presidente do LIDE Brasília. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
O empresário Paulo Octávio, com cinco décadas de atuação no setor imobiliário, destacou a relevância do planejamento urbano. “Brasília foi construída em mil dias. Isso mostra que tudo é possível quando se tem vontade política e planejamento. O Brasil precisa de um plano claro para a moradia”, declarou. Ele reforçou que o setor da construção movimenta milhões de empregos e pode ser uma alavanca de desenvolvimento se houver financiamento adequado e estabilidade jurídica.
Flavio Amary, head do LIDE Real Estate e presidente do FIABCI. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Já Flavio Amary, ex-secretário de Habitação de São Paulo e líder do setor privado, criticou o excesso de burocracia e o impacto de medidas fiscais sobre o financiamento habitacional. “Não é aumentando imposto que se reduz burocracia. Taxar a LCI aumenta o custo do crédito e dificulta a compra da casa própria. Precisamos de equilíbrio fiscal com corte de gastos, não com mais carga tributária”, defendeu.
O painel evidenciou ainda que o Brasil vive um momento estratégico, com crescente consciência da importância da transição energética e do uso racional do território urbano. Os participantes reforçaram a necessidade de políticas públicas duradouras, integração entre entes federativos e estímulo ao setor produtivo como caminho para garantir moradia digna, crescimento sustentável e protagonismo climático.