5 orientações estratégicas da KPMG e Amcham para se preparar para a nova era tributária
Diretrizes são essenciais para que empresas se antecipem aos impactos da reforma tributária e ganhem vantagem competitiva no novo cenário fiscal brasileiro.
Maria Isabel Ferreira, sócia-líder de Tributos Indiretos da KPMG no Brasil. (Foto: Divulgação)
A reforma tributária do consumo representa uma chance de modernização e simplificação do modelo de arrecadação e gestão de tributos, mas exige preparo. Empresas que investirem em tecnologia, planejamento e capacitação estarão mais bem posicionadas para navegar nesse novo cenário e tirar proveito de um sistema mais eficiente. Embora a transição seja desafiadora, implementar a estratégia certa representará um diferencial competitivo para organizações de todos os setores que se adaptarem à nova realidade. Essas são algumas das conclusões do e-book “Reforma Tributária 2025: 5 passos essenciais para sua empresa se preparar”, conduzida por KPMG e Amcham.
“Ao substituir um sistema fragmentado por um modelo unificado e transparente, o Brasil avança para um ambiente de negócios mais previsível, equitativo e alinhado às melhores práticas internacionais. Empresas que compreenderem a profundidade dessa transformação estarão mais bem posicionadas para reduzir custos, otimizar processos e capturar oportunidades antes inacessíveis devido à complexidade fiscal. Com essa mudança estrutural, muitas organizações precisam de apoio especializado para se adaptarem ao novo sistema tributário", afirma Maria Isabel Ferreira, sócia-líder de Tributos Indiretos da KPMG no Brasil.
Ao promover uma reestruturação histórica do sistema brasileiro, às novas regras vão impactar todos os negócios e todas as empresas no Brasil. Destacamos algumas áreas que serão: tributária, tesouraria, tecnologia da informação, compras, precificação e compliance. Para navegar essa transição, a adaptação é uma oportunidade para ganhar eficiência e competitividade. E, para que isso ocorra, KPMG e Amcham listaram 5 passos para as organizações se prepararem:
1- Atualização e mapeamento estratégico: a reforma unifica PIS, Cofins e IPI em um tributo federal denominado de CBS (Contribuição sobre bens e serviços) e institui o IBS (Imposto sobre bens e serviços), que absorverá impostos estaduais e municipais ao longo de nove anos, ICMS e ISS. Para evitar gaps operacionais, o monitoramento legislativo em tempo real é crítico. A análise setorial personalizada é igualmente vital.
2- Diagnóstico financeiro e operacional: a reforma exigirá ajustes profundos na estrutura de custos e preços. Preparação de cenários tributários são indispensáveis para projetar o impacto fiscal e no fluxo de caixa das empresas, sem esquecer dos efeitos com a perda dos regimes especiais e benefícios fiscais. Reavaliar a estrutura organizacional é outro pilar.
3- Planejamento estratégico e tecnológico: o roadmap da transição deve alinhar-se às fases da reforma. A extinção gradual dos tributos atuais sobre o consumo exigirá renegociação de contratos com fornecedores e clientes. Investir em tecnologia é crucial e sistemas de ERP integrados e softwares de apuração automática do IBS evitarão multas e aceleram a recuperação de créditos fiscais, se necessário. Aqui vale lembrar que todo o ecossistema de tecnologia pode ser impactado, não somente àqueles que estão relacionados as obrigações acessória fiscais.
4- Mobilização de equipes: a adaptação depende do engajamento humano. Treinamentos multiníveis devem ser customizados. A comunicação transparente é igualmente crucial. Empresas que promovem diálogo aberto reduzem resistências e aceleram a adoção de novos processos, esse tema abarca todas as áreas além do tributário.
5- Execução e monitoramento contínuo: a implementação deve ser gradual e baseada em dados. Importante iniciar com projetos-piloto. Indicadores de performance são essenciais para medir o sucesso. Organizações com métricas claras tendem a identificar oportunidades mais rapidamente, o que pode transformar a adequação à reforma em vantagem competitiva.
De acordo com a publicação, a simplificação do modelo tributário e a adoção de regras mais objetivas devem diminuir os custos de cumprimento de obrigações fiscais e disputas tributárias ao final da transição. Empresas que lidam com múltiplas alíquotas, exigências regulatórias e processos judiciais poderão redirecionar investimentos para inovação, crescimento e geração de empregos. Com planejamento eficaz e boas práticas, os benefícios deverão superar os custos, melhorando a competitividade nacional no cenário global. Todavia, o custo da transição é bastante relevante e desafiador.
“Em um ambiente tributário mais transparente e menos oneroso, a expectativa é que as organizações possam reinvestir mais recursos em inovação, expansão e geração de empregos. Após a conclusão da implementação da reforma, o Brasil deverá contar com um ambiente tributário mais estável e previsível, reduzindo a incerteza jurídica e os litígios fiscais. Isso contribuirá para fortalecer a competitividade das empresas brasileiras”, finaliza Maria Isabel Ferreira.